sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não há nada mais desleal que usar uma pessoa como vetor para se disseminar a discórdia, ou má notícia.
Qdo se tem uma certa intimidade com o alvo do embrólio das duas uma: ou vc passa por fofoqueiro, ou passa por omisso.
Espada de Dâmocles na cabeça!
Outra coisa que irrita sobremaneira é a rotulação.
Ta´certo, gostamos de participar de grupelhos, tem um texto do Felix Guatarri que bem fala disso, mas a necessidade de rótulos vem dessa iconografia pós-moderna capenga.
"Qdo a gente está contente, nem pensar que está contente a gente quer", (como bem cantou Gal, em sua deliciosa fase "pioienta"), quanto mais rotular.
Depois de rotular, o barato é palpitar:
"Trabalhe com isso!"
"Estude aquilo!"
"Faça isso!";
"Não faça isso!"
"Fulano te faz bem";
"Beltrano te faz mal";
"Cicrano é o certo pra vc"
Deixem-me sem rótulos.
Deixem-me viver.
Não palpitem em minha vida.
Fernando Pessoa, através de seu heterônimo mais soturno, Álvaro de Campos, traduz bem o que eu gostaria de dizer agora a todos:

Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço.

Tô me divertindo sem rótulos.

Tô me divertindo sem pensar muito.

Pq as coisas não podem ser assim, leves?

Afinal, "You're going to reap just what you sow"

Lou Reed me dá alento.

Just a perfect day
you made me forget myself
I thought I was someone else
someone good

Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on

http://letras.terra.com.br/lou-reed/32824/

Desfrutem
M